Esta
foi a semana das perplexidades para Passos Coelho, uma semana
verdadeiramente pródiga em perplexidades. Primeiro, o
primeiro-ministro ficou perplexo com as afirmações do
primeiro-ministro grego, Alexis Tsipras, quando este sublinhou o
papel de bloqueio de Governo português nas negociações europeias.
De um modo geral, Tsipras caracterizou Portugal e Espanha como óbices
às referidas negociações. Passos Coelho recusa esse papel e uma
fonte do Executivo espanhol informou que Portugal e Espanha enviaram
às Presidências da Comissão Europeia e Conselho Europeu um
"protesto" contra as declarações de Tispras, a ideia
partira, segundo essa mesma fonte, de Portugal.
Depois
a perplexidade com a notícia que dá conta do não pagamento de
contribuições para a Segurança Social de Passos Coelho, uma
notícia que se dispensava sobretudo em ano de eleições.
E
por falar em perplexidades, o que dizer de uma outra perplexidade?
Uma perplexidade colectiva perante um Governo que empobreceu o país,
composto por gente que insiste no erro e que condena quem defende
outro caminho, procurando sabotar quem ousa procurar outro caminho -
como é o caso da Grécia. Perplexidade que se prendem com a ironia
de um primeiro-ministro maravilhado com a perseguição aos cidadãos,
inclusivamente em matéria de segurança social, e que se "esquece"
de cumprir as suas próprias obrigações; um primeiro-ministro que,
depois das famigeradas "ajudas de custo" do caso
Tecnoforma, é apanhado em falso; um primeiro-ministro paga a dívida
por se sentir pressionando, alegando ignorância para disfarçar a
sua falta. Tantas razões, tantas perplexidades em torno de um
primeiro-ministro que há muito deixou de ter condições de o ser.
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