"Perfil"
- palavra em voga desde que o Presidente da República decidiu, em
mais um dos seus Roteiros, traçar o perfil do próximo Presidente da
República, numa clara indicação do seu sucessor. Características
de uma República atípica.
Deste
modo, Cavaco Silva considera que o próximo Presidente da República
deve ter uma considerável experiência internacional. Numa questão
de escassas horas, dois putativos candidatos à Presidência - Pedro
Santana Lopes e Marcelo Rebelo de Sousa - anunciaram ao país serem
possuidores dessa experiência internacional, encaixando, por
inerência, no perfil traçado por Cavaco Silva.
Se
o ridículo matasse, haveria seguramente muitas baixas. Desde logo,
Cavaco Silva, um acérrimo defensor do sucesso do país, em questões
de ajustamento, e forte crítico de países como a Grécia,
recorrendo amiúde a exercícios de bacoca superioridade, considera
ser importante traçar o perfil do seu sucessor.
Recorde-se
que a Constituição da República Portuguesa considera elegível os
cidadãos eleitores, portugueses de origem, maiores de 35 anos. A
visão de Cavaco Silva é, naturalmente, diferente, embora
paradoxalmente, afunile as candidaturas, deixando em vantagem os
homens do sistema, como António Vitorino ou Durão Barroso.
Aguarda-se
um novo roteiro de Cavaco Silva, onde este saliente o seu papel no
empobrecimento do país e na própria degradação das instituições
democráticas porque é dessa forma que ficará conhecido. A História
não esquece, relembra.
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