Sem tempo e sem dinheiro a Grécia
encontra-se perante um dilema: ou sucumbe aos ditames austeritários
impostos pela Alemanha, defraudando as expectativas de um povo que
votou no Syrisa contra a austeridade e a favor da mudança; ou
abandona a moeda única. O drama da Grécia é ter apostado na
mudança quando mais ninguém o fez. A verdade é que quaisquer
alterações políticas a existirem ainda levarão tempo – aquilo
que a Grécia precisamente não tem.
A Alemanha está empenhada em fazer da
escolha democrática da Grécia um exemplo. A mensagem é clara:
aqueles que ousarem escolher uma configuração política contra a
austeridade até à morte terão o mesmo destino: o dilema acima
referido. Se a Grécia recusar a austeridade sairá do Euro pelo seu
próprio pé – será esta a explicação para um erro crasso.
Se a Grécia abandonar o Euro deixará
de contar com a UE seja para o que for e o passo natural será a
escolha de novas relações internacionais, fora do contexto europeu,
designadamente com a Rússia, alterando-se desta forma o
posicionamento geo-estratégico da própria Rússia. Um erro crasso
da Europa, sobretudo da Alemanha. Mais um a somar-se a tantos outros.
Hoje é dia de reunião entre Tsipras e Merkel.
Comentários