Sucedem-se
umas atrás das outras. Entre acusações acerca da derrocada do BES,
o parlatório é contínuo. Demoram as consequências. No país da
impunidade, alega-se que o processo em torno da derrocada do BES
implica especial complexidade e deste modo procura-se explicar a
morosidade a que a justiça nos tem habituado, em particular quando
os envolvidos são os donos disto tudo.
As
comissões de inquérito não passam de meras formalidades, um pouco
na senda de se fundamentar a ideia de que alguma coisa está a ser
efectivamente feita. Mas no país avesso a consequências, elas
tardam e raras vezes chegam.
No
país da impunidade é possível que exista quem tenha informação
privilegiada e dessa forma tenha vendido atempadamente aquilo que em
pouco tempo deixou de ter qualquer valor e é também possível que
exista quem tenha tido informação em sentido contrário prestada
por aqueles que têm e, incrivelmente continuam a ter, uma elevada
responsabilidade. Esses perderam tudo.
Finalmente,
exigir-se seriedade e transparência a um sector que há muito os
esqueceu é clamar por um milagre. Pelo caminho existem entidades que
aparentemente fazem a regulação e supervisão do sector financeiro.
Mas só aparentemente. E nós, os que estamos em baixo da cadeira
alimentar, os tais que estão longe de ser donos disto tudo, também
conhecidos por "povo", vamos assistindo ao que se passa.
Apenas assistindo.
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