O primeiro-ministro, em entrevista ao
Expresso, revelou estar disponível para uma coligação com o PS –
um bloco central.
Quase de imediato, António Costa,
ainda a recuperar de uma gaffe incomensurável, refutou essa
possibilidade, alegando que o PS simplesmente não e adepto dessa
possibilidade.
Com efeito, esta posição do PS –
que merece ser mais inequívoca do que aquilo que realmente é – é
a única que o Partido Socialista pode adoptar. Se, porventura,
existe alguma possibilidade de um bloco central, os cidadãos merecem
ter esse conhecimento antes do período eleitoral e antes de fazerem
a sua escolha. O afastamento dos cidadãos relativamente à classe
política é já acentuada, dispensando-se, porquanto, novos
argumentos que agravam a sensação de desconfiança e consequente
afastamento.
Por outro lado, uma hipotética
coligação PS/PSD seria prejudicial para o PS. Toda a argumentação
e fundamentação do PS esvair-se-á num eventual entendimento com o
PS. E, claro está, um efeito PASOK – difícil de se repetir, para
já, em Portugal – nunca pode, ainda assim, ser esquecido. A ver
vamos o que pesa na balança: a sensatez aliada ao mínimo de
coerência, ou a fome de chegar ao poder.
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