Alexis
Tsipras mantém o seu compromisso com o povo grego, recusando a
troika, rejeitando a austeridade, procurando ganhar tempo para a
implementação de uma solução mais favorável. A Alemanha e as
instituições europeias que andam a seu reboque recusam qualquer
solução que saía do estipulado. A intransigência é absoluta e a
Grécia tem pela frente um dos desafios mais intrincados das últimas
décadas.
Desde
logo, a posição de isolamento não favorece naturalmente a posição
grega. Embora se assista a um apoio por parte de muitos cidadãos
europeus e até de vários especialistas da área da economia, esse
apoio é quase inexistente no que toca aos restantes membros da Zona
Euro. Itália e surpreendentemente Áustria foram as excepções,
ainda longe de serem suficientemente contundentes, mas ainda assim
excepções.
Todavia,
entre o encolhimento de algumas lideranças europeias e a mais
absoluta intransigência, o facto é que a Grécia está ainda muito
sozinha. Este cenário pode sofrer profundas alterações num futuro
próximo, sobretudo em Espanha com a consolidação do Podemos como
maior força política e até em países que aparentemente apresentam
indicadores económicos mais positivos, como o caso da Irlanda, cujas
sondagens apontam para um mudança de partidos no poder. Hoje, de
qualquer modo, a Grécia mantém-se relativamente sozinha rodeada
também por que torce por um fracasso do Syrisa.
Alexis
Tsipras, mesmo com pouca ou mesmo nenhuma margem de manobra, não
pode deixar cair as suas grandes bandeiras: a rejeição da
austeridade e a reestruturação da dívida. Se o fizer é o seu fim
e com ele virá, inevitavelmente, a fragilização de outras forças
políticas que defendem os mesmos princípios.
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