Passos
Coelho, em resposta a Catarina Martins do Bloco de Esquerda, afirmou
categoricamente a sua recusa numa participação na conferência, que
faz parte das intenções do Syrisa, para a discussão sobre
reestruturação da dívida. O primeiro-ministro, aliás, não podia
ter sido mais claro.
Ora,
em bom rigor, não era necessária qualquer clarificação. Passos
Coelho já manifestou, em inúmeras ocasiões, não estar interessado
em sequer discutir uma hipotética reestruturação da dívida. Esse
desinteresse prende-se naturalmente com a posição ideológica do
primeiro-ministro, um pouco na linha do "doa a quem doer, custe
o que custar", embora em bom rigor, exista quem escape a esses
custos e a essas dores - os mesmos que são salvaguardados pelas
políticas do Executivo de Passos Coelho. O primeiro-ministro apenas
veio reforçar uma posição bem conhecida.
Assim, Portugal continuará oficialmente a adoptar uma posição que já não conta com os consenso do passado; uma posição, aliás, que corre o risco de se tornar minoritária entre os próprios líderes europeus.
Assim, Portugal continuará oficialmente a adoptar uma posição que já não conta com os consenso do passado; uma posição, aliás, que corre o risco de se tornar minoritária entre os próprios líderes europeus.
Este
é o ano de escolhas: vamos escolher a austeridade em todo o seu
esplendor preconizada e aplicada por quem teimosamente insiste numa
receita falhada e desastrosa para o país; ou escolheremos a
austeridade em doses menores, disfarçada por princípios associados
à esquerda, mas que não deixa de
facto
de se tratar de austeridade, mais uma vez fazendo parte da receita
falhada; ou, ainda, escolheremos quem
defende
uma ruptura
relativamente à dita receita falhada e desastrosa para o país. De
qualquer modo, sabemos perfeitamente onde se posiciona cada partido
político.
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