Cavaco
Silva esperou semanas até se pronunciar sobre os recentes
acontecimentos na Grécia e na Europa. Depois de semanas de silêncio,
o Presidente da República assume uma postura semelhante à do
Governo português baseada no preconceito, na arrogância e no erro.
Cavaco
Silva diz que os gregos estão agora a perceber o funcionamento da
União Económica e Monetária - uma afirmação que se traduz num
exercício de arrogância bacoca. Mas o Presidente da República não
fica por aqui e escolhe falar de 1100 milhões de euros que
pretensamente a Grécia deve a Portugal reiterando que já saiu muito
dinheiro da "bolsa" dos Portugueses. Não nos cansamos de
dividir para reinar, procurando as mesmas receitas para virar uns
contra os outros, um pouco à semelhança do que alguns fazem no
norte da Europa relativamente ao sul da Europa. E diz ainda o
Presidente da República: "não se pode fazer aquilo que se
entende" - a subserviência é para ser levada a sério "custe
o que custar", "doa a quem doer".
Depois
do silêncio, a asneira; ou melhor, as asneiras - num verdadeiro
chorrilho de asneiras.
A
posição quer do Governo, quer do Presidente da República
relativamente à Grécia são a todos os títulos infelizes e,
mais grave, mostra que lado se escolheu. Falar do projecto europeu
como Cavaco Silva falou chega a ser irónico. São
estas as lideranças políticas que arrastam o país para a miséria,
para o provincianismo e para o obscurantismo – todas tão nossas
conhecidas, há demasiado tempo.
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