Bruxelas
identifica a existência de desequilíbrios económicos excessivos e
coloca o país sob vigilância, ou "monitorização específica".
Há escassos meses a Comissão Europeia já se tinha mostrado
incomodada com a perda de ímpeto reformista do Governo português.
Discute-se
agora se Portugal ainda é ou não o bom aluno. Todavia, e do meu
ponto de vista, a questão é mais ampla e mais inquietante. Se
Portugal continua a ser, ou se alguma vez foi um bom aluno, é uma
questão de menor importância. Aliás, em bom rigor, Portugal -
através do seu Governo - nunca conseguiu ser mais do que o aluno
"graxista" que sempre procurou ir para além do que os
professores lhe indicaram com o intuito de os agradar. Uma posição
embaraçosa e pouco mais.
A
questão é mais preocupante: vigilância será para largas décadas,
na precisa medida em que a dívida do país é impagável e
corresponde, se nada for feito, a décadas de escravatura. Pelo
caminho teremos a vigilância das instituições europeias cegas
pela inflexibilidade que se traduz no pagamento da dívida
custe o que custar, isto se a configuração política nos vários
Estados-membros se mantiver refém
dos partidos do costume,
o que considero um cenário, ainda
assim,
pouco provável.
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