Por
muito que nos desagrade, por muito que tentemos ignorar, a verdade é
que a política tem um impacto incontornável nas nossas vidas.
Infelizmente muitos de nós preferem manter uma visão exígua da
política e do seu impacto - um conceito que, amiúde, se esgota no
pagamento de impostos e nos eventuais cortes de salários e pensões.
Todavia,
a política é muito mais do que a carga fiscal que temos de suportar
ou os cortes nos salários e pensões. A política também é a
escassez de médicos; a ausência de apoios para crianças com
deficiência; o acesso ao ensino; a investigação; a ciência; a
sustentabilidade da segurança social; as desigualdades; o presente e
o futuro; o bem comum e o bem-estar dos cidadãos.
Em
rigor, tudo é política ou tudo é o resultado de escolhas
políticas. Ainda assim, muitos escolhem um total afastamento da
política e das decisões políticas; um afastamento que apenas
beneficia quem já está confortavelmente instalado no poder e que
apregoa dia após dia a inevitabilidade do fim do bem-estar social. A
mudança assusta-nos e o envolvimento na salvaguarda do bem-comum -
finalidade da política - não é prioridade para a esmagadora
maioria de nós. Tudo nos parece bem num contexto de estranha
normalidade e com a privatização do Estado assistimos ao
enfraquecimento da política, sem inquietações.
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