O
partido de esquerda radical Syrisa pode sair vencedor das próximas
eleições legislativas na Grécia, embora se anteveja uma panóplia
de dificuldades se o partido não vencer as eleições com maioria
absoluta - cenário provável - e, em consequência, ser obrigado a
coligar-se.
A
esquerda dita radical é particularmente enfatizada pela comunicação
social na Europa, uma esquerda radical invariavelmente associada à
hipotética saída da moeda única. Trata-se da utilização de uma
retórica que não é nova e que visa inquietar os cidadãos,
sobretudo aqueles que vão a votos neste domingo e outros que mais
tarde, nos seus países, poderão sentir-se tentados a votar em
partidos similares, em partidos que rejeitam a austeridade, defendem a renegociação da dívida, etc.
O
Syrisa é um partido europeísta que defende políticas para a Europa
que não fiquem reféns da austeridade, defendendo também uma
renegociação da dívida para os países da periferia, sem essa
renegociação não haverá relançamento das economias e subsequente
criação de emprego.
De
qualquer modo, se é a esquerda radical a fazer a defesa genuína dos
direitos dos trabalhadores; se é a esquerda radical a lutar contra a
precariedade das relações laborais; se é a esquerda radical a
recusa
da
austeridade até à morte; se é a esquerda radical a defender o
Estado Social, considerando-o indissociável das próprias
democracias, contra aqueles que se arrogam democratas, mas que apenas
estão ao serviço de interesses que não se coadunam com os
interesses dos cidadãos, então eu estou com a esquerda radical.
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