A
propósito e com o pretexto da crise procedeu-se a um desinvestimento
assinalável no Sistema Nacional de Saúde. Não é por acaso que se
assiste às dificuldades crescentes do SNS, em particular no que diz
respeito, à capacidade de dar resposta aos utentes, ao mesmo tempo
que, a capacidade de resposta do sistema privado aumenta. O
enfraquecimento de um não pode ser dissociado do fortalecimento do
outro.
Com
efeito, assiste-se a uma tentativa de empurrar os utentes para os
sistemas privados e assim será desde o momento em que o sistema
público não tiver respostas para oferecer. Quanto àqueles que não
podem socorrer-se do sistema privado pela simples razão de possuírem
capacidade económica, sujeitam-se a ficar sem resposta.
A
crise, a vinda da troika, o que seja serve de pretexto para o
enfraquecimento dos serviços públicos, a Saúde não escapa a esse
enfraquecimento até por ser um sector fortemente apetecível e
rentável.
Dir-se-á
que não há dinheiro para fazer mais, quando na verdade é objectivo
deste Governo enfraquecer os serviços públicos, abrindo portas ao
sector privado. A crise, a troika, o que seja são meras desculpas
para se retroceder incomensuravelmente. É um objectivo, é
ideológico e é uma atrocidade para a qual ainda muitos portugueses
ainda não acordaram.
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