A situação política na Grécia está
ainda longe de se definir, mas há uma certeza: o partido Syrisa será
seguramente um dos mais fortes candidatos à vitória nas
legislativas.
O Syrisa é classificado como partido
radical e tem como propostas uma renegociação da dívida que possa
incluir um pagamento da dívida acompanhada de um crescimento
económico, deixando cair por terra os cortes orçamentais.
Este partido rotulado como sendo de
esquerda radical propõe ainda uma espécie de New Deal Europeu
apoiado por um banco de investimento; um programa de emergência para
combater o desemprego; o aumento do salário mínimo; uma luta sem
tréguas contra a evasão fiscal; a restauração dos acordos
colectivos; alianças com outros partidos europeus que lutem contra a
austeridade. Como se vê, o radicalismo é assustador.
Quem tem medo do Syrisa? Os mesmos que
chantagearam os gregos nas últimas eleições: uma UE refém dos
interesses financeiros; forças internas ainda agarradas a
preconceitos contra a esquerda que raiam amiúde formas de fascismo,
como são evidentes nas forças militares e policiais; forças
internas que fazem parte da casta dominante e que, naturalmente
receiam, uma inversão de posições. Estas forças recorrem à
chantagem – “se o Syrisa vencer não haverá mais dinheiro
comunitário” é um bom exemplo dessa chantagem – e actuarão
como forças de bloqueio. Deste modo, veremos também a pujança da
democracia grega.
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