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O trabalho ainda não está feito

Qual a motivação para políticos como Passos Coelho e até certo ponto Paulo Portas lutarem pela reeleição? Desde logo, a incógnita que paira sobre um futuro desprovido de cargos políticos, em especial de governação. Um futuro que não será seguramente tão promissor do que aquele que implica a existência desses mesmos cargos. Mas existe outra motivação: concluir o trabalho que tem vindo a ser feito, em matéria de transformação social e de venda do país.
No que diz respeito à transformação social, importa consolidar aquilo que já foi feito: aumento da precariedade laboral, desvalorização salarial pressionada por elevados níveis de desemprego e enfraquecimento do Estado Social, passando sectores sob a alçada do Estado para o sector privado, designadamente na área da Saúde e Segurança Social.
Relativamente à venda de sectores estratégicos do Estado, temos a TAP, e no futuro a água poderá muito bem entrar para o vasto rol de privatizações. De resto a inexistência de limites à imaginação faz-nos temer o pior.
Por conseguinte, o trabalho ainda não está todo feito e será muito provavelmente essa a razão se encontra subjacente às motivações dos senhores acima referidos.

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