Pedro Passos Coelho, o homem que disse
“que se lixem as eleições”, afirmou agora – sem esboçar
sequer um sorriso – que, desta feita “quem se lixou não foi o
mexilhão”. Passos Coelho alegou que quem mais tem, mais tem
contribuído para os sacrifícios.
Pese embora se aproximem eleições
legislativas, essa aproximação não pode justificar tudo –
incluindo exercícios que, pelo absurdo, se aproximam da doença
mental. Talvez não fosse má ideia o ainda primeiro-ministro
consultar um médico, ou vários.
Existe uma multiplicidade de
acontecimentos que permitem rebater em absoluto a afirmação senil
de Passos Coelho, mas ainda há dias se soube que as perdas
potenciais dos 52 swaps feitos por empresas públicas continuam a
subir, atingindo já 1800 milhões de euros – com Banco Santander
consideravelmente na dianteira dos que mais ganham neste contexto de
casino. Quem perde é o Estado, todos nós.
O Governo renegociou alguns swaps,
timidamente e com perdas superiores a mil mihões de euros. A
“especialista em swaps” (ministra das Finanças) e o
primeiro-ministro jamais adoptariam uma forma de negociação que
inquietasse os mercados. O resultado está à vista: quem se lixou,
novamente, foi mesmo o mexilhão referido pelo ainda
primeiro-ministro.
Comentários