A greve é o último recurso dos
trabalhadores, sinal de que o contexto em que se encontram inseridos
se degradou de forma assinalável. Infelizmente, para alguns, a greve
é merecedora de críticas inexoráveis. Em rigor, se fosse possível,
a greve, para alguns, merecia ser abolida - porque põe em causa os
interesses do país; porque não é economicamente viável, porque
causa transtorno aos cidadãos, ou porque sim, simplesmente porque
sim.
Exemplo de interesses do país - a
venda da TAP. Existe alguém que acredite que a venda da TAP será
positiva para o país? Mesmo com a multiplicidade de casos de outras
privatizações que destruíram o pouco que nos restava, onerando
cidadãos/consumidores?
Quanto à viabilidade económica, a
dívida externa portuguesa não é viável e não vejo tanta alma
inquieta com esse facto.
Finalmente, o transtorno dos cidadãos.
É evidente que as greves causam dificuldades, sobretudo as greves do
sector dos transportes públicos. No entanto, temos sido presenteados
com perto de quatro anos de transtornos incomensuráveis e sem
paralelo, resultado da governação de Passos Coelho e Paulo Portas
sem que, insisto, veja muitas almas inquietas. Curioso, não é?
Talvez fosse interessante questionar os Belgas sobre as suas
impressões sobre a greve; quem diz os Belgas, diz boa parte dos
povos europeus.
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