Dilma Rousseff venceu as eleições
presidenciais no Brasil. Embora esta vitória esteja a ser
acompanhada por alguns festejos nas ruas das principais cidades
brasileiras, a verdade é que o entusiasmo que habitualmente
acompanha estas eleições não é significativo.
De resto, percebe-se porquê. O
desvirtuamento das ideologias, o esmorecimento da esquerda, a
corrupção longe de estar debelada e a incapacidade de atenuar de
forma mais acelerada as deficiências sociais do país, conferem a
estas eleições um carácter de forte esmorecimento.
O Brasil continua a enfrentar
problemas sociais absolutamente incomensuráveis e embora muito
trabalho tenha efectivamente sido feito nos anos de Lula da Silva e
da própria Dilma Rousseff, a verdade é que o descontentamento
associado às profundas desigualdades sociais está profundamente
aceso e a sensação de que Dilma podia ter feito mais é real.
Ainda assim, o povo Brasileiro chamado
a escolher entre a ante-câmara do inferno (Partido dos Trabalhadores
de Dilma) e o inferno propriamente dito (Partido da Social-Democracia
(?) Brasileiro liderado por Aécio Neves), escolheu a ante-câmara.
Uma escolha que nos é familiar, acompanhada amiúde pela mesma
ausência de entusiasmo.
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