A comunicação social merece críticas
por passar a informação fragmentada e enviesada, tantas vezes ao
serviço de interesses mais ou menos latentes, mas nem por isso
merece críticas de Passos Coelho. Afinal de contas com que
legitimidade o ainda primeiro-ministro faz acusações a comentadores
e jornalistas quando ele próprio e o seu séquito não primam nem
pelo eficiência, nem pela transparência. É preciso muita lata,
coisa que nunca faltou ao ainda primeiro-ministro. Os comentadores e
jornalistas são, para Passos Coelho, “preguiçosos” e
“orgulhosos”.
Todavia, compreende-se o desabafo do
ainda primeiro-ministro, no encerramento das jornadas parlamentares
de CDS e PSD. De resto, a comunicação social caracterizou-se,
durante algum tempo, pela existência jornalistas deslumbrados com as
teorias da inevitabilidade de Passos Coelho e repleta de comentares
ávidos por defender a posição da maioria. Muitos mudaram de
opinião, outros sabem que este é um “cavalo” velho e cansado e
preferem mudar de apoios. É tão simples, é tão pragmático que,
paradoxalmente, deveria agradar ao primeiro-ministro.
De um modo geral, as palavras de
Passos Coelho são um reconhecimento implícito que o seu tempo
chegou ao fim e com ele... mudam-se os tempos, mudam-se as opiniões.
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