Avançar para o conteúdo principal

Orçamento de Estado amigo das famílias

Um Orçamento de Estado amigo das famílias – é desta forma que se tem apresentado o Orçamento de Estado 2015. O optimismo é essencial para o período eleitoral que se avizinha.
De um modo geral, este é um OE optimista e amigo das famílias – facto sublinhado vezes sem conta pelos membros do Governo. Quem tem mais filhos, mais ganhará com este OE. Mas será mesmo assim? Depois de mais de três anos de mentiras, poderemos agora acreditar neste Executivo? A resposta é evidente.
O ministério da Educação e Ciência perde mais de 11 por cento, depois de já ter perdido milhares de milhões nos últimos anos. Assim também se vê como as famílias vão ganhar com este Orçamento.
A cláusula de salvaguarda que garantia que o IMI não disparava para níveis obscenos acaba, prevendo-se um vasto conjunto de aumentos muito significativos. Os juros provenientes do crédito habitação também chegam a um fim.
A electricidade aumenta 3,3 por cento; o Rendimento Social de Inserção e o Complemento Social para Idosos descem 2,8 por cento e 6,7 por cento, respectivamente; aumento de impostos nos combustíveis. Tudo boas notícias para as famílias.
Outras curiosidades: redução de efectivos na função pública, 122 milhões de euros de corte na Justiça, tudo num quadro de previsões irrealistas que apontam para o crescimento das exportações, apesar da apatia generalizada das economias europeias e o aumento do consumo privado que afinal sempre tem alguma importância. Quanto ao desemprego, há esperança que este não ultrapasse os 13,4 por cento – o que é possível, sobretudo depois de tantos artifícios para manter esses números dissimuladamente baixos.
O défice ficará então pelos 2,7 por cento. Espera-se. E espera-se fundamentalmente que a Europa aceite esse novo número. A austeridade traduz-se em 1249 milhões de euros. Um valor que se aproxima dos 1045 milhões de euros de isenções a Sociedades Gestoras de Participações Sociais (SGPS) em 2012 – benefícios em sede de IRS. Apenas um exemplo de prioridades. Quem é amigo, quem é?

Comentários

Mensagens populares deste blogue

Normalização do fascismo

O PSD Açores, e naturalmente com a aprovação de Rui Rio, achou por bem coligar-se com o "Chega". Outros partidos como o Iniciativa Liberal (IL) e o CDS fizeram as mesmas escolhas, ainda que o primeiro corra atrás do prejuízo, sobretudo agora que a pandemia teve o condão de mostrar a importância do Estado Social que o IL tão avidamente pretende desmantelar, e o segundo se tenha transformado numa absoluta irrelevância. Porém, é Rui Rio, o mesmo que tem cultivado aquela imagem de moderado, que considera que o "Chega" nos Açores é diferente do "Chega" nacional. Rui Rio, o moderado, considera mesmo que algumas medidas do "Chega" como a estafada redução do Rendimento Social de Inserção é um excelente medida. Alheio às características singulares da região, Rui Rio pensa que com a ajuda do "Chega" vai tirar empregos da cartola para combater a subsidiodependência de que tanto fala, justificando deste modo a normalização que está a fazer de um pa...

Direitos e referendo

CDS e Chega defendem a realização de um referendo para decidir a eutanásia, numa manobra táctica, estes partidos procuram, através da consulta directa, aquilo que, por constar nos programas de quase todos os partidos, acabará por ser uma realidade. O referendo a direitos, sobretudo quando existe uma maioria de partidos a defender uma determinada medida, só faz sentido se for olhada sob o prisma da táctica do desespero. Não admira pois que a própria Igreja, muito presa ao seu ideário medieval, seja ela própria apologista da ideia de um referendo. É que desta feita, e através de uma gestão eficaz do medo e da desinformação, pode ser que se chumbe aquilo que está na calha de vir a ser uma realidade. Para além das diferenças entre os vários partidos, a verdade é que parece existir terreno comum entre PS, BE, PSD (com dúvidas) PAN,IL e Joacine Katar Moreira sobre legislar sobre esta matéria. A ideia do referendo serve apenas a estratégia daqueles que, em minoria, apercebendo-se da su...

Outras verdades

 Ontem realizou-se o pior debate da história das presidenciais americanas. Trump, boçal, mentiroso, arrogante e malcriado, versus Biden que, apesar de ter garantido tudo fazer  para não cair na esparrela do seu adversário, acabou mesmo por cair, apelidando-o de mentiroso e palhaço.  Importa reconhecer a incomensurável dificuldade que qualquer ser humano sentiria se tivesse que debater com uma criança sem qualquer educação. Biden não foi excepção. Trump procurou impingir todo o género de mentiras, que aos ouvidos dos seus apoiante soam a outras verdades, verdades superiores à própria verdade. Trump mentiu profusamente, até sobre os seus pretensos apoios. O sheriff de Portland, por exemplo, já veio desmentir que alguma vez tivesse expressado apoio ao ainda Presidente americano. Diz-se por aí que Trump arrastou Biden para a lama. Eu tenho uma leitura diferente: Trump tem vindo a arrastar os EUA para lama. Os EUA, nestes árduos anos, tem vindo a perder influência e reputação ...