Cavaco Silva voltou, no discurso do 5
de Outubro, a colocar-se de fora dos problemas do país, em concreto
daqueles que dizem respeito aos próprios partidos políticos. O
Presidente fala mesmo em risco de implosão.
Cavaco Silva está de fora; não
mostra ter quaisquer responsabilidade nos últimas décadas em
Portugal. Aparentemente o Presidente esteve fora do sistema política,
aliás, Cavaco Silva, sempre crítico dos políticos, esquece-se ele
próprio do seu desempenho como político em mais de duas décadas -
facto que marcou negativa e indelevelmente o país.
Cavaco quer entendimentos alargados,
quer compromissos. Cavaco quer paz na destruição. Alega que sem
entendimentos a governabilidade não está garantida; talvez já
anteveja no horizonte um bloco central que garanta a salvaguarda dos
interesses do costume.
No discurso do 5 de Outubro não se
viu nada de novo, apenas um Presidente incapaz de reconhecer o seu
papel desastroso na história da democracia portuguesa. E de fora
deste circo estão os portugueses, completamente arredados das
comemorações que marcaram o 5 de Outubro, um dia que
incompreensivelmente deixou de ser feriado.
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