Avançar para o conteúdo principal

O drama do desemprego

O desemprego é um verdadeiro flagelo social na Europa, sobretudo em Portugal, apesar de todas as maquilhagens do Governo, quando na verdade as elevadas taxas de desemprego exercem pressão no emprego existente aumentando assim a precarização e reduzindo o nível salarial.
O desemprego não é apenas um drama social, é também um tormento pessoal. O mercado de trabalho é fustigado pela exiguidade e são muitos os trabalhadores no desemprego que já se encontram sem qualquer tipo de subsídio ou apoio social. Resta a solidariedade familiar e eventualmente de alguns amigos e quando estas falham, por uma multiplicidade de motivos que não interessa aqui discutir, o resultado é a existência de pessoas absolutamente desamparadas. O drama de quem está desempregado ou à procura de emprego não pode continuar a ser desprezado por quem governa números. O ainda Governo mostrou um desprezo pelos seus cidadãos, sem precedentes, ao mesmo tempo que manifestou todo o interesse em respeitar “compromissos” com PPP's, contratos Swap, isenções fiscais abjectas e outras monstruosidades.
Quem procura emprego tem forçosamente de se deslocar, por vezes percorrendo distâncias consideráveis. O preço dos transportes públicos é amiúde impossível de suportar, tornando o drama de quem está à procura de desemprego insuportável. Imagine-se o que é ter uma ou mais entrevistas de emprego e não ter a capacidade económica de se deslocar. Esta dificuldade é real para muitas pessoas.
Assim, não seria insustentável para o Estado acordar com as empresas de transportes colectivos acordos que permitissem mensalmente aos desempregados e a pessoas à procura do primeiro emprego um determinado número de deslocações. Um desempregado poderia assim ter direito a um determinado número de viagens gratuitas por mês. Este custo comparativamente com o custo de PPP's, Swaps, BPN, submarinos e afins é verdadeiramente risível. Para quem está desempregado o custo é sempre demasiado elevado. O resultado é uma sociedade profundamente desigual – a antítese de qualquer noção de desenvolvimento.

Comentários

Mensagens populares deste blogue

Normalização do fascismo

O PSD Açores, e naturalmente com a aprovação de Rui Rio, achou por bem coligar-se com o "Chega". Outros partidos como o Iniciativa Liberal (IL) e o CDS fizeram as mesmas escolhas, ainda que o primeiro corra atrás do prejuízo, sobretudo agora que a pandemia teve o condão de mostrar a importância do Estado Social que o IL tão avidamente pretende desmantelar, e o segundo se tenha transformado numa absoluta irrelevância. Porém, é Rui Rio, o mesmo que tem cultivado aquela imagem de moderado, que considera que o "Chega" nos Açores é diferente do "Chega" nacional. Rui Rio, o moderado, considera mesmo que algumas medidas do "Chega" como a estafada redução do Rendimento Social de Inserção é um excelente medida. Alheio às características singulares da região, Rui Rio pensa que com a ajuda do "Chega" vai tirar empregos da cartola para combater a subsidiodependência de que tanto fala, justificando deste modo a normalização que está a fazer de um pa...

Direitos e referendo

CDS e Chega defendem a realização de um referendo para decidir a eutanásia, numa manobra táctica, estes partidos procuram, através da consulta directa, aquilo que, por constar nos programas de quase todos os partidos, acabará por ser uma realidade. O referendo a direitos, sobretudo quando existe uma maioria de partidos a defender uma determinada medida, só faz sentido se for olhada sob o prisma da táctica do desespero. Não admira pois que a própria Igreja, muito presa ao seu ideário medieval, seja ela própria apologista da ideia de um referendo. É que desta feita, e através de uma gestão eficaz do medo e da desinformação, pode ser que se chumbe aquilo que está na calha de vir a ser uma realidade. Para além das diferenças entre os vários partidos, a verdade é que parece existir terreno comum entre PS, BE, PSD (com dúvidas) PAN,IL e Joacine Katar Moreira sobre legislar sobre esta matéria. A ideia do referendo serve apenas a estratégia daqueles que, em minoria, apercebendo-se da su...

Outras verdades

 Ontem realizou-se o pior debate da história das presidenciais americanas. Trump, boçal, mentiroso, arrogante e malcriado, versus Biden que, apesar de ter garantido tudo fazer  para não cair na esparrela do seu adversário, acabou mesmo por cair, apelidando-o de mentiroso e palhaço.  Importa reconhecer a incomensurável dificuldade que qualquer ser humano sentiria se tivesse que debater com uma criança sem qualquer educação. Biden não foi excepção. Trump procurou impingir todo o género de mentiras, que aos ouvidos dos seus apoiante soam a outras verdades, verdades superiores à própria verdade. Trump mentiu profusamente, até sobre os seus pretensos apoios. O sheriff de Portland, por exemplo, já veio desmentir que alguma vez tivesse expressado apoio ao ainda Presidente americano. Diz-se por aí que Trump arrastou Biden para a lama. Eu tenho uma leitura diferente: Trump tem vindo a arrastar os EUA para lama. Os EUA, nestes árduos anos, tem vindo a perder influência e reputação ...