Avançar para o conteúdo principal

Consolidação orçamental

O Governo escolheu deixar o défice derrapar para os 2,7 por cento ao invés dos 2,5 por cento acordados. A Comissão Europeia reagiu, colocando em causa a "qualidade da consolidação orçamental", enfatizando também a necessidade de mais medidas para 2015. O Governo rebateu a posição da Comissão afirmando que "não seria coerente aumentar impostos". Nós acrescentamos: esse aumento de impostos não seria coerente com o período eleitoral que se avizinha.
De resto, não restam dúvidas de que se não se tratasse de um ano de eleições, o Orçamento de Estado seria mais oneroso - só o período eleitoral é que de facto se sobrepõe aos ditames europeus. Só isso e mais nada.
Pedro Passos Coelho, numa manobra infeliz por estar longe de corresponder à verdade, já afirmou estar pouco preocupado com eleições. Não é verdade, aliás é mais uma mentira a somar a tantas outras. Passos Coelho, Paulo Portas e os seus acólitos estão preocupados com eleições, há muito em jogo: desde a perpetuação de lugares, à implementação de políticas claramente vantajosas para uma minoria, com claro prejuízo para a maioria.
De um modo geral, a transformação que está a ser levada a cabo pelo actual executivo não está concluída, são necessários mais alguns anos para que essa transformação se consolide. Por ora, as contas públicas e o tão apregoado rigor podem esperar, depois, se tudo correr de feição, retomar-se-á o rumo de destruição social do país.


Comentários

Mensagens populares deste blogue

Mais uma indecência a somar-se a tantas outras

 O New York Times revelou (parte) o que Donald Trump havia escondido: o seu registo fiscal. E as revelações apenas surpreendem pelas quantias irrisórias de impostos que Trump pagou e os anos, longos anos, em que não pagou um dólar que fosse. Recorde-se que todos os presidentes americanos haviam revelado as suas declarações, apenas Trump tudo fizera para as manter sem segredo. Agora percebe-se porquê. Em 2016, ano da sua eleição, o ainda Presidente americano pagou 750 dólares em impostos, depois de declarar um manancial de prejuízos, estratégia adoptada nos tais dez anos, em quinze, em que nem sequer pagou impostos.  Ora, o homem que sempre se vangloriou do seu sucesso como empresário das duas, uma: ou não teve qualquer espécie de sucesso, apesar do estilo de vida luxuoso; ou simplesmente esta foi mais uma mentira indecente, ou um conjunto de mentiras indecentes. Seja como for, cai mais uma mancha na presidência de Donald Trump que, mesmo somando indecências atrás de indecências, vai fa

Outras verdades

 Ontem realizou-se o pior debate da história das presidenciais americanas. Trump, boçal, mentiroso, arrogante e malcriado, versus Biden que, apesar de ter garantido tudo fazer  para não cair na esparrela do seu adversário, acabou mesmo por cair, apelidando-o de mentiroso e palhaço.  Importa reconhecer a incomensurável dificuldade que qualquer ser humano sentiria se tivesse que debater com uma criança sem qualquer educação. Biden não foi excepção. Trump procurou impingir todo o género de mentiras, que aos ouvidos dos seus apoiante soam a outras verdades, verdades superiores à própria verdade. Trump mentiu profusamente, até sobre os seus pretensos apoios. O sheriff de Portland, por exemplo, já veio desmentir que alguma vez tivesse expressado apoio ao ainda Presidente americano. Diz-se por aí que Trump arrastou Biden para a lama. Eu tenho uma leitura diferente: Trump tem vindo a arrastar os EUA para lama. Os EUA, nestes árduos anos, tem vindo a perder influência e reputação e Trump é o ma

Normalização do fascismo

O PSD Açores, e naturalmente com a aprovação de Rui Rio, achou por bem coligar-se com o "Chega". Outros partidos como o Iniciativa Liberal (IL) e o CDS fizeram as mesmas escolhas, ainda que o primeiro corra atrás do prejuízo, sobretudo agora que a pandemia teve o condão de mostrar a importância do Estado Social que o IL tão avidamente pretende desmantelar, e o segundo se tenha transformado numa absoluta irrelevância. Porém, é Rui Rio, o mesmo que tem cultivado aquela imagem de moderado, que considera que o "Chega" nos Açores é diferente do "Chega" nacional. Rui Rio, o moderado, considera mesmo que algumas medidas do "Chega" como a estafada redução do Rendimento Social de Inserção é um excelente medida. Alheio às características singulares da região, Rui Rio pensa que com a ajuda do "Chega" vai tirar empregos da cartola para combater a subsidiodependência de que tanto fala, justificando deste modo a normalização que está a fazer de um pa