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2,5

2,5 por cento de défice para 2015. Era essa a meta acordada com as instâncias europeias. O Governo desistiu de alcançar essa mesma meta. O primeiro ministro anunciou 2,7 por cento de défice. Ainda assim vangloria-se de estimar um valor abaixo dos 3 por cento estipulados pelo Pacto de Estabilidade e Crescimento. Se se tratasse do Tratado Orçamental, cozinhado nas costas dos cidadãos europeus e sobretudo dos portugueses, estaríamos em maus lençóis. Um Tratado Orçamental muito querido ao ainda primeiro-ministro.
Bruxelas considera possível que o défice total deste ano, com o novo sistema europeu de contas, atinja os 7,5 por cento, graças ao BES.
Aparentemente os cortes na despesa ficaram aquém do que seria necessário para cumprir a meta do défice. Pelos vistos, o empobrecimento também tão próximo do primeiro-ministro e do seu séquito não foi suficiente e em ano de eleições a margem para mais cortes é estreita, até para quem alegou estar pouco interessado em eleições.
Talvez agora que não somos propriamente cumpridores das metas estabelecidas, o primeiro-ministro e o seu séquito olhem para países como França ou Itália com outros olhos. Talvez agora seja o momento de reverter uma censura tática relativamente àqueles países. Pelo caminho fica um país pobre, sem rumo, escravo da dívida e sem resultados palpáveis para se vangloriar, nem em ano de eleições onde impera a mais prolífica das imaginações.

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