Durão Barroso, ainda Presidente da
Comissão Europeia, mostrou-se regozijado com um acordo firmado com o
Governo português, a envolver 26 mil milhões de euros que Portugal
deverá receber. Mais fundos a juntar a tantos outros que Portugal já
recebeu. “Uma pipa de massa”, segundo Durão Barroso que serve
também para calar quem tem falado mal da Europa. E como se isto não
bastasse, Durão Barroso atira mais mil milhões de euros como prémio
de bom comportamento, ou por outras palavras, pela fidelidade canina
demonstrada nos últimos três anos.
Todas as Tecnoformas do país
regozijaram juntamente com o Presidente da Comissão Europeia.
Num estilo paternalista, Barroso deixa
recomendações: utilizem bem o dinheirinho. De fora do momento
idílico partilhado por Barroso e por Passos Coelho ficou o
empobrecimento do país; de fora ficou o retrocesso de décadas; de
fora ficou, naturalmente, a responsabilidade de um e de outro no
retrocesso social, no aumento das desigualdades, no desemprego
avassalador, no enfraquecimento do Estado Social; de fora ficou ainda
o facto da dívida não dar sinais de estabilizar, sendo
inexoravelmente impagável e do próprio défice estar longe de ser o
almejado, com o primeiro semestre deste ano a dar sinais disso mesmo.
“Uma pipa de massa” para se perder
nos meandros da burocracia e da opacidade; “uma pipa de massa”
para esconder a miséria imposta e patrocinada precisamente por
Barroso e por Passos Coelho.
Dito por outras palavras: “uma pipa
de massa” para esconder o enorme falhanço deste Governo,
coadjuvado pelas sumidades europeias, na consolidação das contas
públicas e “uma pipa de massa” para atenuar os efeitos do
empobrecimento a que o país foi sujeito. De resto, “uma pipa de
massa” também dá jeito a pouco tempo de eleições.
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