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Israel está a perder a guerra mediática

A mais recente ofensiva israelita em território palestiniano, designadamente na Faixa de Gaza, já resultou em mais mil mortos palestinianos, entre eles 200 crianças e mais de 40 mortos israelitas, sobretudo militares.
A desproporção é óbvia e Israel começa a perder uma outra guerra: a guerra mediática. Esta é a consequência directa da desproporção e da morte de crianças. É óbvio que não será intenção de Israel matar crianças, mas tem acontecido de forma brutal e implica a perda de apoio internacional, sobretudo da opinião pública. A desproporção de meios e de resultados e a morte de civis, sobretudo de crianças, torna a vida de Israel, no plano internacional, muito mais intrincada. De resto, é contraproducente e apenas beneficia o Hamas.
Desde modo, o radicalismo do Hamas que rejeita a existência de um Estado israelita e que utiliza todos os meios ao seu dispor para atacar o território israelita passam a ser questões pouco relevantes que são obnubiladas pelas imagens atrozes de civis palestinianos mortos e feridos.
Se o objectivo de Israel é intrínseco ao enfraquecimento do Hamas e da sua capacidade de atacar o território israelita é bem provável que esta seja uma guerra vitoriosa para Israel, dotado de meios militares sem paralelo, sobretudo se compararmos com os meios do Hamas. Porém, pelo caminho Israel perde a guerra mediática, com a comunicação social a passar imagens dos resultados da ofensiva israelita: primeiro 4 crianças mortas numa praia em Gaza depois uma escola sob a alçada das Nações Unidas bombardeada com mais crianças mortas. O facto é que nem o melhor relações públicas consegue fazer esquecer essas imagens.

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