Avançar para o conteúdo principal

Escalada de violência

O assassínio de três adolescentes israelitas na Cisjordânia deu origem a uma escalada de violência naquela região do médio-oriente. Israel respondeu a este crime detendo vários membros do Hamas - visto como responsável pelo crime. Poucos dias depois, um jovem palestiniano foi assassinado, alegadamente queimado vivo. As semanas que se seguem são marcadas por bombardeamentos aéreos israelitas, aparentemente como resposta ao lançamento de rockets pelo Hamas. O resultado: dezenas de civis mortos em Gaza.
Para agravar a situação já por si muito grave, o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu dá ordens para "endurecer" os ataques, não estando mesmo afastada a hipóteses de uma ofensiva terrestre em Gaza.
Com efeito, persiste uma dificuldade em perceber de que forma se pune um crime hediondo - indubitavelmente - com a fustigação de todo um povo. O assassínio dos três jovens israelitas é atroz, mas nada se resolve punindo todo um povo pelo crime. O resultado está à vista e traduz-se numa escalada de violência que vem trazer mais instabilidade numa região historicamente instável. Israel insiste num desprezo pelas Resoluções do Conselho de Segurança da ONU. Estados Unidos e UE parecem conviver bem com esse desprezo. Israel insiste em ignorar o imperativo de abandonar o território da Cisjordânia e Jerusalém oriental; insiste na construção e expansão de colonatos e ignora reiteradamente a necessidade da criação de um Estado Palestiniano (com fronteiras de 1967). Assim, a paz na região é simplesmente uma impossibilidade.

Comentários

Mensagens populares deste blogue

Mais uma indecência a somar-se a tantas outras

 O New York Times revelou (parte) o que Donald Trump havia escondido: o seu registo fiscal. E as revelações apenas surpreendem pelas quantias irrisórias de impostos que Trump pagou e os anos, longos anos, em que não pagou um dólar que fosse. Recorde-se que todos os presidentes americanos haviam revelado as suas declarações, apenas Trump tudo fizera para as manter sem segredo. Agora percebe-se porquê. Em 2016, ano da sua eleição, o ainda Presidente americano pagou 750 dólares em impostos, depois de declarar um manancial de prejuízos, estratégia adoptada nos tais dez anos, em quinze, em que nem sequer pagou impostos.  Ora, o homem que sempre se vangloriou do seu sucesso como empresário das duas, uma: ou não teve qualquer espécie de sucesso, apesar do estilo de vida luxuoso; ou simplesmente esta foi mais uma mentira indecente, ou um conjunto de mentiras indecentes. Seja como for, cai mais uma mancha na presidência de Donald Trump que, mesmo somando indecências atrás de indecências, vai fa

Outras verdades

 Ontem realizou-se o pior debate da história das presidenciais americanas. Trump, boçal, mentiroso, arrogante e malcriado, versus Biden que, apesar de ter garantido tudo fazer  para não cair na esparrela do seu adversário, acabou mesmo por cair, apelidando-o de mentiroso e palhaço.  Importa reconhecer a incomensurável dificuldade que qualquer ser humano sentiria se tivesse que debater com uma criança sem qualquer educação. Biden não foi excepção. Trump procurou impingir todo o género de mentiras, que aos ouvidos dos seus apoiante soam a outras verdades, verdades superiores à própria verdade. Trump mentiu profusamente, até sobre os seus pretensos apoios. O sheriff de Portland, por exemplo, já veio desmentir que alguma vez tivesse expressado apoio ao ainda Presidente americano. Diz-se por aí que Trump arrastou Biden para a lama. Eu tenho uma leitura diferente: Trump tem vindo a arrastar os EUA para lama. Os EUA, nestes árduos anos, tem vindo a perder influência e reputação e Trump é o ma

Normalização do fascismo

O PSD Açores, e naturalmente com a aprovação de Rui Rio, achou por bem coligar-se com o "Chega". Outros partidos como o Iniciativa Liberal (IL) e o CDS fizeram as mesmas escolhas, ainda que o primeiro corra atrás do prejuízo, sobretudo agora que a pandemia teve o condão de mostrar a importância do Estado Social que o IL tão avidamente pretende desmantelar, e o segundo se tenha transformado numa absoluta irrelevância. Porém, é Rui Rio, o mesmo que tem cultivado aquela imagem de moderado, que considera que o "Chega" nos Açores é diferente do "Chega" nacional. Rui Rio, o moderado, considera mesmo que algumas medidas do "Chega" como a estafada redução do Rendimento Social de Inserção é um excelente medida. Alheio às características singulares da região, Rui Rio pensa que com a ajuda do "Chega" vai tirar empregos da cartola para combater a subsidiodependência de que tanto fala, justificando deste modo a normalização que está a fazer de um pa