Philippe
Legrain, ex-conselheiro económico do Presidente da Comissão
Europeia, Durão Barroso, afirmou aquilo que há muito já se sabia:
as “ajudas” a Portugal e à Grécia mais não foram do que
resgates à banca alemã e francesa. Estas revelações de alguém
que acompanhou de perto a gestão da crise são feitas num livro
escrito pelo próprio “European Spring: Why our Economies and
Politics are in a mess”.
As
revelações do ex-conselheiro de Durão Barroso apenas confirmam o
que já se sabia: a UE está ao serviço da banca e, naturalmente,
esta é a sua grande prioridade. As consequências foram e continuam
a ser desastrosas, mas essa é manifestamente uma questão de somenos
para os dirigentes europeus e para as lideranças dos
Estados-membros.
No
caso português, a total subserviência do Governo português aos
ditames externos apenas facilitou a tarefa das lideranças europeias.
Em bom rigor, todos salvaguardam os mesmos interesses – uma área
de actuação que passa invariavelmente pelos interesses da banca.
Essa é incontestavelmente a prioridade comum. E nem tão-pouco o
Governo português procurou escamotear essa sua prioridade que anda
de mãos dadas com os interesses das empresas monopolistas e que
formam uma casta de interesses absolutamente dominante. Nem sequer
tem sido necessário fingir, de um modo geral, que a missão do
Governo passa por qualquer coisa semelhante ao bem comum. Ainda
assim, por estes dias, e à beira de eleições, assiste-se a uma
tentativa de se enaltecer o bem comum – um fingimento efémero e
que cessa findo o período eleitoral.
Legrain,
o ex-conselheiro de Durão Barroso, apenas veio confirmar aquilo que
já se sabia. Importa agora que estas suas revelações pesem na hora
de decidir a composição do Parlamento Europeu e, não esqueçamos,
a liderança da Comissão Europeia.
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