O Governo de Passos Coelho rejubila com a saída da troika, uma saída precisa de mais de 20 anos para se concretizar plenamente.
Todavia, essa saída retira força ao argumento da pressão externa e que tem permitido a concretização de políticas profundamente injustas. E agora? A desculpa da troika perde força? E agora como cumprir as duras metas espelhadas no Documento de Estratégia Orçamental (DEO)?
A estratégia parece ser de uma simplicidade aterradora: ameniza-se o ambiente até 2015, aligeirando, de forma muito ténue, as medidas de austeridade, para depois de eleições se concretizar aquilo que o DEO revela: cortes brutais no Estado Social e na massa salarial dos funcionários públicos - isto num contexto hipotético de pagamento de taxas de juro baixas e de crescimento substancial da economia portuguesa. Tudo em nome de uma dívida que não pára de escalar; uma dívida, nunca é demais repeti-lo, que poucos, muito poucos, conhecem.
É esta a estratégia de Passos Coelho e Paulo Portas - uma estratégia insidiosa, como de resto, tem sido habitual. É fundamental que o Governo assuma o documento que apresentou e as respectivas consequências para o país, designadamente a impossibilidade de se manter o Estado Social. Os cidadãos o direito de saber, com toda a clareza, quais os projectos de futuro para o seu país. Já chega de publicidade barata, hipocrisia e demagogia.
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