Avançar para o conteúdo principal

E agora?


O Governo de Passos Coelho rejubila com a saída da troika, uma saída precisa de mais de 20 anos para se concretizar plenamente.
Todavia, essa saída retira força ao argumento da pressão externa e que tem permitido a concretização de políticas profundamente injustas. E agora? A desculpa da troika perde força? E agora como cumprir as duras metas espelhadas no Documento de Estratégia Orçamental (DEO)?
A estratégia parece ser de uma simplicidade aterradora: ameniza-se o ambiente até 2015, aligeirando, de forma muito ténue, as medidas de austeridade, para depois de eleições se concretizar aquilo que o DEO revela: cortes brutais no Estado Social e na massa salarial dos funcionários públicos - isto num contexto hipotético de pagamento de taxas de juro baixas e de crescimento substancial da economia portuguesa. Tudo em nome de uma dívida que não pára de escalar; uma dívida, nunca é demais repeti-lo, que poucos, muito poucos, conhecem.
É esta a estratégia de Passos Coelho e Paulo Portas - uma estratégia insidiosa, como de resto, tem sido habitual. É fundamental que o Governo assuma o documento que apresentou e as respectivas consequências para o país, designadamente a impossibilidade de se manter o Estado Social. Os cidadãos o direito de saber, com toda a clareza, quais os projectos de futuro para o seu país. Já chega de publicidade barata, hipocrisia e demagogia.

Comentários

Mensagens populares deste blogue

Mais uma indecência a somar-se a tantas outras

 O New York Times revelou (parte) o que Donald Trump havia escondido: o seu registo fiscal. E as revelações apenas surpreendem pelas quantias irrisórias de impostos que Trump pagou e os anos, longos anos, em que não pagou um dólar que fosse. Recorde-se que todos os presidentes americanos haviam revelado as suas declarações, apenas Trump tudo fizera para as manter sem segredo. Agora percebe-se porquê. Em 2016, ano da sua eleição, o ainda Presidente americano pagou 750 dólares em impostos, depois de declarar um manancial de prejuízos, estratégia adoptada nos tais dez anos, em quinze, em que nem sequer pagou impostos.  Ora, o homem que sempre se vangloriou do seu sucesso como empresário das duas, uma: ou não teve qualquer espécie de sucesso, apesar do estilo de vida luxuoso; ou simplesmente esta foi mais uma mentira indecente, ou um conjunto de mentiras indecentes. Seja como for, cai mais uma mancha na presidência de Donald Trump que, mesmo somando indecências atrás de indecências, vai fa

Outras verdades

 Ontem realizou-se o pior debate da história das presidenciais americanas. Trump, boçal, mentiroso, arrogante e malcriado, versus Biden que, apesar de ter garantido tudo fazer  para não cair na esparrela do seu adversário, acabou mesmo por cair, apelidando-o de mentiroso e palhaço.  Importa reconhecer a incomensurável dificuldade que qualquer ser humano sentiria se tivesse que debater com uma criança sem qualquer educação. Biden não foi excepção. Trump procurou impingir todo o género de mentiras, que aos ouvidos dos seus apoiante soam a outras verdades, verdades superiores à própria verdade. Trump mentiu profusamente, até sobre os seus pretensos apoios. O sheriff de Portland, por exemplo, já veio desmentir que alguma vez tivesse expressado apoio ao ainda Presidente americano. Diz-se por aí que Trump arrastou Biden para a lama. Eu tenho uma leitura diferente: Trump tem vindo a arrastar os EUA para lama. Os EUA, nestes árduos anos, tem vindo a perder influência e reputação e Trump é o ma

Normalização do fascismo

O PSD Açores, e naturalmente com a aprovação de Rui Rio, achou por bem coligar-se com o "Chega". Outros partidos como o Iniciativa Liberal (IL) e o CDS fizeram as mesmas escolhas, ainda que o primeiro corra atrás do prejuízo, sobretudo agora que a pandemia teve o condão de mostrar a importância do Estado Social que o IL tão avidamente pretende desmantelar, e o segundo se tenha transformado numa absoluta irrelevância. Porém, é Rui Rio, o mesmo que tem cultivado aquela imagem de moderado, que considera que o "Chega" nos Açores é diferente do "Chega" nacional. Rui Rio, o moderado, considera mesmo que algumas medidas do "Chega" como a estafada redução do Rendimento Social de Inserção é um excelente medida. Alheio às características singulares da região, Rui Rio pensa que com a ajuda do "Chega" vai tirar empregos da cartola para combater a subsidiodependência de que tanto fala, justificando deste modo a normalização que está a fazer de um pa