A
Europa parece apenas conhecer esta receita para fazer face à
necessidade de Portugal continuar a consolidar as suas contas
públicas. A troika vai-se embora, contudo é necessário que o
Governo português continue na senda da desvalorização salarial. É
importante que Portugal continue a sua transformação num reduto de
baixos salários ao serviços de uma Europa sem rumo.
Paralelamente,
e apesar do discurso europeu incidir sobretudo na necessidade da
desvalorização salarial, é também fundamental que exista
estabilidade, no plano político. Dito por outras palavras, importa
que os partidos da governação ou qualquer coisa semelhante (PS)
mantenham as rédeas do país. Caso contrário... os mercados, os
sacrossantos mercados podem retirar a sua preciosa confiança. Não
há nada como uma bela ameaça, particularmente em vésperas de
eleições.
Resumindo,
o país não pode ser negligente e abrandar as suas transformações.
Num país em que crescem as desigualdades sociais, a preocupação
das principais instituições europeias prende-se com a pretensa
elevada massa salarial.
As
eleições aproximam-se, mas entre a abstenção que será
seguramente elevada e a insistência nas escolhas do costume, nada de
substancial mudará.
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