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A mentira

O Governo mentiu, dito por outras palavras, vários membros do Governo mentiram. Não haveria lugar a mais aumentos de impostos. O próprio primeiro-ministro afirmou não haver margem para novos aumentos de impostos. Todavia, o Documento de Estratégia Orçamental indica aumentos de impostos, com enfâse no IVA (23,25 por cento?) e na TSU (aumento das contribuições do trabalhadores em 0,2 por cento). Afinal, sempre há lugar a um novo aumento de impostos.
A justificação? Necessidade de aliviar as contribuições dos pensionistas para a consolidação orçamental. A verdadeira justificação? Necessidade de aliviar as contribuições dos pensionistas para a consolidação orçamental com vista a que PSD e CDS não sofreram as consequências eleitorais de terem colocado sobre os pensionistas sacrifícios incomensuráveis. No horizonte ficou ainda a reposição parcial (20 por cento) dos cortes nos salários dos funcionários, embora ainda se aguardem novas surpresas com as prometidas tabelas salariais.
O Governo mentiu, como tem mentido nestes três anos. Escrever mais sobre o assunto corre o risco de se tornar prolixo. Resta saber que legitimidade pode ter um Governo que mente descaradamente antes de eleições e insiste em mentir pornograficamente durante a vigência do seu mandato.

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