O futuro também faz parte da retórica de Passos Coelho. Embora
em bom rigor seja precisamente o futuro a ser comprometido pelas
políticas deste governo. Todavia, não é este entendimento do
primeiro-miniistro.
A lógica de Passos Coelho assenta na premissa de que foram as
políticas do seu antecessor a comprometer o futuro de Portugal. Assim,
Passos Coelho viu-se "forçado" a adoptar medidas que permitem recuperar a
ideia de futuro, porém sempre que o primeiro-ministro fala de futuro
este já está comprometido. Os tempos são difíceis e Passos Coelho não se
cansa de insistir nessa dificuldade. Sendo certo que os tempos são mais
intrincados para uns do que para outros: quem é rico vê a sua riqueza
crescer, munido de todas as facilidades, a começar no domínio da
fiscalidade; quem é rico, faz parte da casta dominante e vê-se a braços
com a justiça pode sempre contar com perdões, prescrições, morosidade e
afins; quem já tinha dificuldades e quem se remediava não sabe como
chegar ao fim do mês - o futuro é o fim do mês.
O que Passos Coelho não diz sobre o futuro é que a dívida que não conhecemos é impagável. Não interessa fazê-lo. Para quê? Afinal de contas, o futuro já é suficientemente dificíl.
O que Passos Coelho não diz sobre o futuro é que a dívida que não conhecemos é impagável. Não interessa fazê-lo. Para quê? Afinal de contas, o futuro já é suficientemente dificíl.
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