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Mais do mesmo

A última avaliação da troika não traz nada de novo. Insiste-se na mesma receita: salários mais baixos e facilitar despedimentos, mexidas nas pensões, etc. Segundo estes iluminados esta receita permite criar emprego e trará mais justiça social.
O Governo tem uma vontade, mas tem também um problema: eleições, no mês que se avizinha e no próximo ano. A vontade é seguir o caminho escolhido quer pelo Executivo, quer pela troika: desvalorização salarial, facilitamento dos despedimentos, enfraquecimento genérico do Estado Social. Os períodos eleitorais que se avizinham implicam um abrandamento das políticas adoptadas pelo Governo de Passos Coelho. Na verdade, Passos Coelho não se está a "lixar" para as eleições como afirmou no passado. Se de facto estivesse, nem teria equacionado um qualquer aumento do salário mínimo, coisa com a qual o FMI não concorda.
Passos Coelho está interessado em ganhar todos os períodos eleitorais, sobretudo as legislativas. Ele e quem o apoia precisa de mais tempo para concluir o projecto de transformação da sociedade portuguesa e quem o apoia sabe que o PS não fará um tão bom trabalho quanto o PSD de Passos Coelho.
Quanto à 11ª avaliação, trata-se da receita do costume, uma receita tanto do agrado do Governo, mas cujas medidas terão de ser adiadas para depois dos períodos eleitorais que se aproximam.

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