As palavras em epígrafe pertencem ao
primeiro-ministro. A reestruturação pensada por Passos Coelho incide
sobre o não pagamento de parte de salários e pensões. No que diz
respeito à dívida incomensurável, está fora de questão qualquer género
de reestruturação. O manifesto é assim recebido com desdém pelo
primeiro-ministro.
De resto, a dívida e a austeridade proporcionam as condições perfeitas para a aplicação de um ideário há muito almejado por uma determinada direita - um ideário que postula a transformação da sociedade portuguesa através do empobrecimento da sua maioria.
Reestruturar está fora de questão. Vamos então todos rezar aos santinhos para que o país venha a ter um superávit primário de 3 por cento nas próximas duas décadas. Vamos ter fé.
A prioridade prende-se com o pagamento de juros, reestruturar é, por conseguinte, palavra proibida.
Para além da reestruturação, verifica-se a necessidade de se perceber que dívida é esta, quais são os seus contornos. Já aqui referimos que essas dúvidas não são para serem dissipadas. Quanto à impossibilidade de pagamento da dívida verifica-se um consenso, por muito que não seja esse o consenso que Passos Coelho tem vindo a procurar.
O manifesto deu origem também à exoneração de dois consultores do Presidente da República, após os mesmos terem subscrito o famigerado manifesto. Um sinal inquietante, mais um.
De qualquer modo, vejamos os aspectos positivos do manifesto que apela à reestruturação da dívida, para grande desconforto de Passos Coelho: a manifestação por parte do Presidente do seu entendimento do que é a democracia, onde claramente não cabe a pluralidade de opinião - a notícia que dá conta de que terão sido os próprios a afastarem-se não convence -; o manifesto traz a lume a discussão sobre a impossibilidade de se pagar a dívida; o manifesto mexeu com o país que se tem vindo a afundar na mais abjecta letargia.
Tomara nós que o próximo manifesto se centrasse na apologia do esclarecimento liminar dos verdadeiros contornos da dívida. Tomará nós!
De resto, a dívida e a austeridade proporcionam as condições perfeitas para a aplicação de um ideário há muito almejado por uma determinada direita - um ideário que postula a transformação da sociedade portuguesa através do empobrecimento da sua maioria.
Reestruturar está fora de questão. Vamos então todos rezar aos santinhos para que o país venha a ter um superávit primário de 3 por cento nas próximas duas décadas. Vamos ter fé.
A prioridade prende-se com o pagamento de juros, reestruturar é, por conseguinte, palavra proibida.
Para além da reestruturação, verifica-se a necessidade de se perceber que dívida é esta, quais são os seus contornos. Já aqui referimos que essas dúvidas não são para serem dissipadas. Quanto à impossibilidade de pagamento da dívida verifica-se um consenso, por muito que não seja esse o consenso que Passos Coelho tem vindo a procurar.
O manifesto deu origem também à exoneração de dois consultores do Presidente da República, após os mesmos terem subscrito o famigerado manifesto. Um sinal inquietante, mais um.
De qualquer modo, vejamos os aspectos positivos do manifesto que apela à reestruturação da dívida, para grande desconforto de Passos Coelho: a manifestação por parte do Presidente do seu entendimento do que é a democracia, onde claramente não cabe a pluralidade de opinião - a notícia que dá conta de que terão sido os próprios a afastarem-se não convence -; o manifesto traz a lume a discussão sobre a impossibilidade de se pagar a dívida; o manifesto mexeu com o país que se tem vindo a afundar na mais abjecta letargia.
Tomara nós que o próximo manifesto se centrasse na apologia do esclarecimento liminar dos verdadeiros contornos da dívida. Tomará nós!
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