Numa democracia consolidada os cidadãos não aceitam
que os seus representantes eleitos escondam o jogo, sobretudo quando
estão mais cortes em cima da mesa.
É evidente que mesmo
nas democracias mais maduras, os representantes políticos não contam
toda a verdade. Sabemos que não é assim que as coisas funcionam.
É assim antes dos períodos eleitorais e é sobretudo assim volvidos esses períodos eleitorais. Ninguém é ingénuo a esse ponto.
É assim antes dos períodos eleitorais e é sobretudo assim volvidos esses períodos eleitorais. Ninguém é ingénuo a esse ponto.
Todavia,
quando se insiste em esconder o jogo em matérias tão sensíveis como
futuros cortes no rendimento disponível, depois de uma longa sucessão de
outros cortes cujas consequências são notórias, estamos a entrar no
campo da perfídia. Como projectar o que resta de futuro quando se
esconde o que esse futuro reserva? E o que dizer da ansiedade que se
gera perante a mera hipótese de futuros cortes? Sabemos também que estas
questões são de somenos para um governo desprovido de qualquer
sensibilidade social. Tudo é permitido porque, colectivamente,
permitimos que tudo seja permitido.
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