O famigerado manifesto subscrito por setenta personalidades da
esquerda à direita chega a uma conclusão óbvia: a dívida não é pagável.
Cavaco Silva, por sua vez, fez as suas contas e aponta para a
necessidade do país permanecer sob vigilância durante mais 21 anos.
A essa conclusão - hoje são muitos os iluminados - já outros tinham chegado. Reacções? Eram loucos, profetas da desgraça, geralmente conotados com a esquerda "radical".
Agora, Ferreira Leite, Bagão Félix, Adriano Moreira, João Cravinho, Freitas do Amaral, António Saraiva, entre muitos outros, não pertencerão seguramente a essa esquerda "radical".
A essa conclusão - hoje são muitos os iluminados - já outros tinham chegado. Reacções? Eram loucos, profetas da desgraça, geralmente conotados com a esquerda "radical".
Agora, Ferreira Leite, Bagão Félix, Adriano Moreira, João Cravinho, Freitas do Amaral, António Saraiva, entre muitos outros, não pertencerão seguramente a essa esquerda "radical".
Importa
sublinhar que ainda antes de qualquer reestruturação seria imperativo
perceber quais os contornos da dívida. Essa é outra necessidade óbvia.
Será a dívida legítima? Não sabemos e pelo andar da carrugem nunca
saberemos. Auditar a dívida não faz parte dos planos dos partidos do bloco central e
os cidadãos, em Portugal e noutros países, estão concentrados na árdua tarefa de sobreviver diariamente.
Os setenta subscritores pugnam por
uma reestruturação "responsável da dívida", mas essa sua pretensão,
embora claramente legítima, perde força perante uma multiplicidade de
incógnitas relativamente aos contornos dessa mesma dívida.
O
primeiro-ministro já respondeu ao manifesto, num misto de desprezo e ignorância. De
um modo geral, o caminho está traçado e Passos Coelho é um indefectível
apoiante desse caminho.
Perante tanta passividade, o caminho vai, de facto, sendo percorrido e o que ficou para trás, ficou para trás:
salários condignos, mínimos de segurança no emprego, Estado Social,
cerceamento das desigualdades sociais e consolidação da democracia.
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