O cenário político-partidário provoca exasperação
até aos espíritos mais incautos. A ideia que persiste é a da exiguidade
das alternativas. Por um lado, para além das divergências ideológicas
(creio que a maior parte dos cidadãos não se revê nas actuais
orientações ideológicas), sobra um mal-estar colectivo perante um
Governo absolutamente afastado dos cidadãos.
Por outro lado, os partidos da oposição: um Partido
Socialista letárgico, sem ideias, que se adapta, que não contraria, que
sobrevive, que apenas procura sobreviver. Aliás, PS e PSD fazem lembrar a
frase de Guerra Junqueiro referindo-se aos dois partidos monárquicos:
"dois partidos iguais um ao outro como duas metades do mesmo zero". A
isto soma-se o apêndice do costume: o CDS.
Os partidos mais à esquerda têm pouca visibilidade, sendo que o seu contributo, sobretudo no que diz respeito precisamente a propostas, é amiúde ignorado pela comunicação social.
Os partidos mais à esquerda têm pouca visibilidade, sendo que o seu contributo, sobretudo no que diz respeito precisamente a propostas, é amiúde ignorado pela comunicação social.
O panorama político-partidário não é dramático, é trágico. Sem alternativas credíveis, o país continuará a ser adiado. Sem alternativas não há esperança e a questão que se impõe é precisamente a seguinte: como construir um país sem esperança?
Comentários