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Miró

Escusado será enaltecer o que já é grandioso: Joan Miró foi um dos expoentes máximos do surrealismo. O pintor catalão deixou uma obra que merece ser vista e revista.
Não é este o entendimento do Governo que pretende vender 85 obras do pintor que resultaram da nacionalização do BPN.
Depois de uma petição e de vários requerimentos, o PS avança agora com uma providência cautelar com o objectivo de travar a venda das obras.
A questão que se impõe é a seguinte: o que leva um governo a vender obras que para além de seu valor inestimável para o enriquecimento cultural do país, poderiam muito bem contribuir para o também enriquecimento dos cofres do Estado, através da realização de exposições e consequente fortalecimento da oferta cultural para o turismo?
Pequenez, ignorância, chico-espertismo, obscurantismo são palavras que poderão contribuir para esse esclarecimento.
A venda das obras de Miró enquadra-se no mesmo princípio que norteia este Governo: o empobrecimento a vários níveis. O empobrecimento a nível material, mas também cultural e científico. Os senhores que governam o país adoptam a velha máxima de quanto mais ignorante o povo, melhor. Menos exigência, menos abrangência de pensamento, menos aborrecimentos para quem governa para si e para a sua casta de interesses. Na verdade, interessa apenas um povo que se sujeite letargicamente a baixos salários, à perda de direitos e ao retrocesso social. É evidente que pensamento e letargia não combinam na perfeição.

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