Aproxima-se o congresso do CDS. Paulo Portas não contará com oposição e o congresso mais não servirá como plataforma de auto-elogios e promessas de um futuro mais promissor.
A crise política e a posição irrevogável do líder do partido ficam de fora do congresso, até porque agora não é altura para se falar de tristezas, sobretudo agora que se aproxima novo período eleitoral - eleições europeias.
Este congresso do CDS é mais um congresso repleto de inconsequências. Porém, Paulo Portas sabe mais do que ninguém que esta é a altura para o CDS fazer a apologia das franjas enfraquecidas da população, promovendo o crescimento económico e o emprego, não esquecendo os pensionistas (?) e procurando mostrar que é a parte menos má do Governo, sem, ainda assim, incorrer no exercício de criticar excessivamente o parceiro de coligação.
Paulo Portas sabe que se torna imperativo uma viragem de página: é fundamental apelar-se ao dito crescimento económico, relembrando, com relógios mais ou menos certos, que a troika está para se ir embora.
De um modo geral, Paulo Portas tem um grave problema: o seu eleitorado tem sido acentuadamente visado pelas medidas impopulares deste Governo, sobretudo os pensionistas. Resta saber se esta operação de charme (congresso) e outras, com ou sem relógios, surtirão algum efeito junto desse eleitorado, ou se, por outro lado, o CDS, outrora conhecido como o partido do táxi, passará a ser o partido da bicicleta.
Comentários