Depois de um período conturbado em que a palavra "irrevogável" mudou o seu sentido, o Governo parece mais confiante. Nem a polémica em torno do referendo sobre a co-adopção pareceu abalar essa confiança.
E de onde vem a tal confiança? Dir-se-á que é o resultado directo dos famigerados bons resultados no que diz respeito à economia, aos números do desemprego e à saída da troika.
De qualquer modo, quem oiça o primeiro-ministro (não sei se serão muitos) dirá que Passos Coelho está confiante numa reeleição. Talvez. Muito provavelmente.
As eleições europeias, pouco apelativas, infelizmente, são, no entanto, importantes para os partidos políticos. Por um lado, podem mostrar o sentimento dos eleitores - no caso do Governo uma derrota expressiva faz os seus estragos; por outro lado, há lugares a serem distribuídos e ninguém quer ficar de fora.
Até às eleições europeias de Maio e provavelmente depois desse período eleitoral, continuaremos a ver um primeiro-ministro cheio de confiança, vangloriando-se dos pretensos resultados e alertando, simultaneamente, para a necessidade de não regressarmos ao passado "esbanjador". A referida confiança é também essencial para uma hipotética reeleição. O nosso silêncio colectivo só reforça a confiança do Governo de Pedro Passos Coelho e de Paulo Portas.
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