O tema em epígrafe é tão antigo quanto as próprias esquerdas. Clama-se amiúde por uma união das esquerdas que nunca passa do plano das boas intenções. O tema ganha novo fôlego numa altura em que a direita neoliberal domina e faz estragos sem grande oposição.
A união das esquerdas é indiscutivelmente o primeiro passo para se contrariar a aplicação de medidas que estão a destruir a Europa. Mas aquilo que fica bem no papel e nos discursos esbarra nas diferenças aparentemente impossíveis de sanar.
O risco da desunião das esquerdas é evidente: um caminho alternativo ao que tem sido seguido mantem-se inviável e abre-se espaço para o populismo e para a intolerância, como de resto se tem visto em vários países europeus.
Dito por outras palavras, a desunião das esquerdas nem permite solucionar os problemas da Europa e cria as condições - designadamente consequência da ausência de respostas - para o surgimento de novos problemas.
Até essa hipotética união se concretizar, continuaremos a viver sob o jugo do neoliberalismo que casa com ordoliberalismo alemão, num contexto de tibieza da esquerda socialista e social-democrata, com todos os custos sociais e políticos inerentes.
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