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Os arautos do regime


Nenhum governo pode desempenhar as suas funções, sobretudo quando é posta em causa a sua legitimidade e quando empreende transformações profundas na sociedade, sem os arautos.
Este governo não é excepção e não o foi desde o princípio, ainda antes de ser eleito, socorrendo-se de bloggers e afins para arrepiar caminho, como é descrito pela revista Visão.
João César das Neves é um dos mais acérrimos defensores das profundas transformações que estão a ter lugar. João César das Neves é apologista do "ir mais longe". João César das Neves acredita ou quer fazer acreditar que pensionistas são fingidores, só a título de exemplo.
Com efeito, há uma característica transversal a uma boa parte dos arautos, característica que se destaca em César das Neves: uma profunda aversão por pensionistas, funcionários públicos, desempregados (na melhor das versões tratados com uma piedade condescendente). Estes arautos vivem o melhor dos seus sonhos que se consubstancia na concretização de transformações no Estado Social, na desvalorização salarial, restando um Estado mínimo para os cidadãos e refém da promiscuidade reinante com empresas e sector financeiro dominante. Curiosamente, a maior parte dos arautos tem também relações com essas empresas e com o sector financeiro. A comunicação social, conivente, é a plataforma ideal para a propagação de barbaridades como aquelas proferidas por César das Neves.

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