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Bodes expiatórios

Depois da derrota colossal, a direcção do PSD, a começar pelo próprio líder do partido e primeiro-ministro, procura justificar o desaire, procurando avidamente bodes expiatórios.
O Tribunal Constitucional tem servido para tudo, sobretudo no que diz respeito a tentativas para disfarçar o indisfarçável falhanço das políticas do Governo. O Tribunal Constitucional continua a ser alvo da mais vil chantagem por parte de um primeiro-ministro determinado em aplicar políticas de cariz neoliberal. Antes das autárquicas foi alvo de chantagem, dois dias depois da realização das eleições, volta a ser pressionado.
Jorge Moreira da Silva, o grande ausente da noite eleitoral é outro alvo de acusações, a par de militantes do PSD que não se candidataram pelo partido.
Com mais um bocadinho de imaginação, atribuir-se-á culpas a extraterrestres, a episódios do paranormal ou a qualquer figura saída de uma história de ficção científica.
Contudo, fica bem claro que a derrota colossal é fruto de um descontentamento crescente, sobretudo nas zonas urbanas e mais populosas.
Estes dirigentes do PSD, coadjuvados por muitos outros seres de alma vazia, estão mais preocupados com a aplicação de uma cartilha ideológica favorecedora do sector financeiro e dos grupos monopolistas do que propriamente com o partido que outrora foi considerado o "catch all party", desprovido de uma ideologia consolidada, adaptando-se antes aos líderes. Hoje esse partido serve para a aplicação das já referidas políticas e é apenas por essa razão que esta gente ainda mostra uma ténue preocupação com o PSD.
Até à consolidação das políticas neoliberais, sacrifiquem-se os bodes expiatórios.

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