Avançar para o conteúdo principal

O ataque de Pedro Passos Coelho

Pedro Passos Coelho, numa altura em que se verifica a confluência da passividade habitual com a inércia sazonal, aproveitou para exercer nova pressão sobre o Tribunal Constitucional.
Entre várias pérolas, destaca-se a questão colocada pelo primeiro-ministro sobre o que é que o referido tribunal já terá feito pelos 900 mil desempregados, quando a pergunta que se impõe prende-se com o que Passos Coelho terá feito para engrossar os números do desemprego.
De um modo geral, e entre ameaças veladas (as medidas escolhidas para substituir aquelas chumbadas pelo TC serão ainda mais nefastas), o primeiro-ministro revela um desrespeito gritante por um órgão de soberania, revelador, por sua vez, não só da sua mediocridade, da sua pequenez, mas também do seu autoritarismo cada vez menos latente.
O Presidente da República - o mesmo que jurou defender a Constituição da República - refugia-se no silêncio dos pusilânimes.
Os cidadãos, esses, insistem em perder mais tempo a discutir o pormenor da vida privada de uma "celebridade" ou o resultado de um jogo de futebol do que a manifestarem qualquer preocupação com as afrontas de um primeiro-ministro à constituição do seu país.  A Constituição e o TC são as únicas barreiras que têm inviabilizado a transformação de Portugal num feudo. Não admira pois que se tenham transformado em alvos a abater.

Comentários

Mensagens populares deste blogue

Mais uma indecência a somar-se a tantas outras

 O New York Times revelou (parte) o que Donald Trump havia escondido: o seu registo fiscal. E as revelações apenas surpreendem pelas quantias irrisórias de impostos que Trump pagou e os anos, longos anos, em que não pagou um dólar que fosse. Recorde-se que todos os presidentes americanos haviam revelado as suas declarações, apenas Trump tudo fizera para as manter sem segredo. Agora percebe-se porquê. Em 2016, ano da sua eleição, o ainda Presidente americano pagou 750 dólares em impostos, depois de declarar um manancial de prejuízos, estratégia adoptada nos tais dez anos, em quinze, em que nem sequer pagou impostos.  Ora, o homem que sempre se vangloriou do seu sucesso como empresário das duas, uma: ou não teve qualquer espécie de sucesso, apesar do estilo de vida luxuoso; ou simplesmente esta foi mais uma mentira indecente, ou um conjunto de mentiras indecentes. Seja como for, cai mais uma mancha na presidência de Donald Trump que, mesmo somando indecências atrás de indecências, vai fa

Outras verdades

 Ontem realizou-se o pior debate da história das presidenciais americanas. Trump, boçal, mentiroso, arrogante e malcriado, versus Biden que, apesar de ter garantido tudo fazer  para não cair na esparrela do seu adversário, acabou mesmo por cair, apelidando-o de mentiroso e palhaço.  Importa reconhecer a incomensurável dificuldade que qualquer ser humano sentiria se tivesse que debater com uma criança sem qualquer educação. Biden não foi excepção. Trump procurou impingir todo o género de mentiras, que aos ouvidos dos seus apoiante soam a outras verdades, verdades superiores à própria verdade. Trump mentiu profusamente, até sobre os seus pretensos apoios. O sheriff de Portland, por exemplo, já veio desmentir que alguma vez tivesse expressado apoio ao ainda Presidente americano. Diz-se por aí que Trump arrastou Biden para a lama. Eu tenho uma leitura diferente: Trump tem vindo a arrastar os EUA para lama. Os EUA, nestes árduos anos, tem vindo a perder influência e reputação e Trump é o ma

Normalização do fascismo

O PSD Açores, e naturalmente com a aprovação de Rui Rio, achou por bem coligar-se com o "Chega". Outros partidos como o Iniciativa Liberal (IL) e o CDS fizeram as mesmas escolhas, ainda que o primeiro corra atrás do prejuízo, sobretudo agora que a pandemia teve o condão de mostrar a importância do Estado Social que o IL tão avidamente pretende desmantelar, e o segundo se tenha transformado numa absoluta irrelevância. Porém, é Rui Rio, o mesmo que tem cultivado aquela imagem de moderado, que considera que o "Chega" nos Açores é diferente do "Chega" nacional. Rui Rio, o moderado, considera mesmo que algumas medidas do "Chega" como a estafada redução do Rendimento Social de Inserção é um excelente medida. Alheio às características singulares da região, Rui Rio pensa que com a ajuda do "Chega" vai tirar empregos da cartola para combater a subsidiodependência de que tanto fala, justificando deste modo a normalização que está a fazer de um pa