Mariano Rajoy, presidente do governo espanhol, admitiu finalmente ter recebido pagamentos extra no âmbito do Partido Popular. A existência de uma contabilidade paralela não será exclusiva do Partido Popular espanhol, nem tão-pouco exclusiva do sistema político no país vizinho.
Rajoy já tinha sido acusado de ter recebido pagamentos ilegais. Agora, fez esse reconhecimento.
Rajoy, à semelhança de outros políticos, muito em particular na Europa, mostram estar agarrados ao poder. Com efeito, existe um projecto que está a levar o seu curso e que ainda está longe de atingir o seu término; um projecto que está a transformar a Europa, tornando incomensuráveis as suas diferenças sociais; um projecto que serve de suporte ao sistema financeiro e que abre, em simultâneo, as portas para uma verdadeira transformação no modelo social europeu.
Rajoy é um dos executantes desse projecto. Por cá, Pedro Passos Coelho, coadjuvado por Paulo Portas, faz as vezes da casa. E também o primeiro-ministro, embora sem similitudes com o caso de Rajoy, também se mostra agarrado ao poder. Também aqui há muito trabalho para ser feito, precisamente no âmbito do já referido projecto: ainda há um Estado Social, ainda sobram alguns direitos dos trabalhadores; ainda há salários para desvalorizar; ainda há sectores estratégicos para privatizar; ainda existe um sector financeiro que precisa de viver sob a protecção do Estado.
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