Em ano de eleições, Angela Merkel insiste na tese de tudo está a
correr bem, sobretudo nos países alvo de intervenção. De certa forma,
Merkel tem razão. Senão, vejamos: A Irlanda, apesar da recessão,
continua a seguir a receita da troika, com maior ou menor fervor; a
Grécia, apesar do enfraquecimento político do primeiro-ministro Samaras
consequência da saída de um partido da coligação, vai-se afundando na
miséria, mas insiste na mesma receita; as economias espanhola, italiana e
até a francesa já conheceram melhores dias, mas finge-se que com a tal
austeridade tudo se resolve; e, finalmente, Portugal que fugiu das
eleições como o Diabo da cruz e cujo Presidente preferiu manter um
governo a cheirar a podre. Na periferia da Europa faz-se troça da
democracia; na periferia da Europa, nada de novo.
O New York Times revelou (parte) o que Donald Trump havia escondido: o seu registo fiscal. E as revelações apenas surpreendem pelas quantias irrisórias de impostos que Trump pagou e os anos, longos anos, em que não pagou um dólar que fosse. Recorde-se que todos os presidentes americanos haviam revelado as suas declarações, apenas Trump tudo fizera para as manter sem segredo. Agora percebe-se porquê. Em 2016, ano da sua eleição, o ainda Presidente americano pagou 750 dólares em impostos, depois de declarar um manancial de prejuízos, estratégia adoptada nos tais dez anos, em quinze, em que nem sequer pagou impostos. Ora, o homem que sempre se vangloriou do seu sucesso como empresário das duas, uma: ou não teve qualquer espécie de sucesso, apesar do estilo de vida luxuoso; ou simplesmente esta foi mais uma mentira indecente, ou um conjunto de mentiras indecentes. Seja como for, cai mais uma mancha na presidência de Donald Trump que, mesmo somando indecências atrás de indecências, vai fa
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