Em nome da estabilidade pretende-se manter uma coligação de governo puramente artificial. Com a demissão irrevogável do ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros, Paulo Portas, líder do parceiro de coligação, todos esperavam a demissão do Governo.
O volte-face acontece no dia de ontem, com a possibilidade do partido de Paulo Portas encontrar um novo entendimento com o PSD.
Quando
se pensava que o Governo poderia, finalmente, cair, tudo parece indicar
a manutenção do Executivo de Passos Coelho, mantendo a coligação.
Quanto ao futuro de Portas, parece haver mais dúvidas.
A estabilidade terá sido uma das palavras mais utilizadas nos últimos dias. A queda da bolsa, a resposta dos sacrossantos mercados e a inquietação de Merkel que tem em Passos Coelho o melhor parceiro possível, contribuíram para que o medo latente se manifestasse. A comunicação social faz o resto.
A estabilidade terá sido uma das palavras mais utilizadas nos últimos dias. A queda da bolsa, a resposta dos sacrossantos mercados e a inquietação de Merkel que tem em Passos Coelho o melhor parceiro possível, contribuíram para que o medo latente se manifestasse. A comunicação social faz o resto.
De
resto é graças a esse medo que se traduz na possibilidade de nos
transformamos numa nova Grécia, na possibilidade de um novo resgate, na
possibilidade de não haver dinheiro para salários e pensões, na
possibilidade da chegada dos sete anjos do Apocalipse munidos dos sete
selos, que o Governo se poderá manter.
Por muito que
alguns apregoem a necessidade de se convocarem eleições antecipadas -
outro medo evidente é o da própria democracia -, a verdade é que tudo se
fará para garantir a manutenção do Governo, seja ele mais ou menos
artificial.
O Presidente da República é um dos principais
apologistas da manutenção do actual estado de coisas. Os partidos da
oposição vêm a sua margem limitada pela permanência da coligação e o
povo sucumbe ao medo.
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