Já conhecíamos várias facetas do primeiro-ministro, sobretudo uma faceta antes de conseguir a eleição que o levou ao cargo de primeiro-ministro e outra(s) já no decurso do desempenho do cargo de primeiro-ministro.
Como primeiro-ministro já conhecíamos a sua faceta pouco dialogante, obstinada , mas simultaneamente inane; já lhe conhecíamos a arrogância de quem acredita não ter de prestar grandes esclarecimentos aos cidadãos; já lhe conhecíamos o distanciamento incomensurável relativamente a esses mesmos cidadãos.
Agora, a propósito do pagamento tardio, à margem da decisão do Tribunal Constitucional (TC), ficámos a conhecer melhor a sua faceta paternalista. Pedro Passos Coelho, afirmou aos microfones de vários canais de televisão, que a decisão do Governo de não pagar a totalidade dos subsídios no mês de Junho e Julho a funcionários públicos e aposentados prende-se com a necessidade de proteger os interesses desses cidadãos. Passos Coelho afirmou mesmo estar a pensar no melhor para funcionários públicos e aposentados - seria essa a razão para o pagamento tardio dos subsídios, e à margem de uma decisão do TC. As afirmações, carregadas de condescendência, representam uma afronta quer aos visados, quer ao próprio Tribunal Constitucional. Do Presidente tivemos a promulgação célere da lei que determina que os subsídios sejam pagos tardiamente, num total desrespeito pelo TC.
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