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Ainda o Brasil

As manifestações em dezenas de cidades brasileiras vão crescendo de dia para dia, sem que o poder político tenha ainda conseguido dar uma resposta, excepção feita em algumas cidades, cujos representantes políticos voltaram atrás no aumento da tarifa dos miseráveis transportes públicos brasileiros.
Porém, o aumento da tarifa foi um pretexto que levou e continua a levar muitos brasileiros para a rua para exigirem o fim da corrupção e a melhoria dos seus serviços públicos, ao mesmo tempo que criticam o investimento faraónico com eventos desportivos.
Aguarda-se uma resposta do poder político. Dilma Rousseff, já procurou mostrar que percebia os manifestantes, mas são precisas acções que mostrem essa mesma compreensão. É essencial que o poder político dê sinais que está disponível para melhorar os serviços públicos, que está disposto a apostar no seu Estado Social, que está disposto a ir contra interesses confortavelmente instalados há demasiado tempo, interesses que se centram invariavelmente na promiscuidade entre poder político e poder económico.
É essencial que que Dilma Rousseff mostre que compreende as razões que levam mais de um milhão de pessoas para a rua e aja em conformidade. Dilma Rousseff tem de mostrar de forma equívoca que está disposta a lutar contra as desigualdades que fizeram escola no país. A melhor forma de o fazer é melhorar substancialmente os serviços públicos, continuando a lutar pela existência de uma classe média forte, contrariando os interesses indissociáveis do capitalismo financeiro, contrariando a corrupção que grasse, inclusivamente no seu próprio partido. Dilma tem de mostrar que está do lado do povo e não desses interesses já referidos; e sobretudo mostrar que ouve o seu povo e que o respeita. Contrariamente ao que se tem visto por aqui.

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