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Vítor Gaspar quando confraterniza com o ministro alemão das Finanças ou com membros do Banco Central Europeu (BCE) mostra-se invariavelmente entusiasmado (ainda assim um entusiasmo inopinado, quase inumano),
Ontem assistimos a esse entusiasmo, inundado por sorrisos e até por alguma excitação, quando o ministro das Finanças português se encontrou com o seu congénere alemão, a propósito do apoio de um banco público alemão às empresas portuguesas.
Wolfgang Schäuble, o inefável ministro alemão, tem manifesto interesse em fazer de Portugal, nem que seja à força, o bom exemplo de uma Europa à beira da desintegração. As eleições alemãs aproximam-se e Angela Merkel, naturalmente coadjuvada pelo seu Executivo, precisa de bons exemplos, de bons alunos, mostrando aos eleitores alemães que as receitas por si preconizadas são profícuas. Vítor Gaspar mais não faz do se que prestar a essa ridícula figura, ainda para mais com redobrado entusiasmo.
Por cá, tudo soçobra: o desemprego atinge números insustentáveis, a economia conhece uma recessão sem precedentes, o empobrecimento grassa.
Mas Gaspar, obnubilado por uma ideologia caduca, mostra uma inusitada excitação sempre que regressamos aos mercados ou quando se encontra com o inefável ministro alemão das Finanças, alheio ao que por cá se passa e, porque não dizê-lo, alheio à triste figura a que se presta.
Seja como for, bom filho à casa torna, e Gaspar regressará à casa que tanto gosta - ao BCE. Não querendo com esta afirmação contraria o oráculo Marques Mendes que profetiza um cargo de comissão para o também inefável (é difícil encontrar adjectivos para descrever o ministro das Finanças) Vítor Gaspar.

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