Do Conselho de Estado de ontem, cuja finalidade era a discussão sobre o
pós-troika, saiu a seguinte conclusão: é necessário promover o "adequado
equilíbrio entre disciplina financeira, solidariedade e estímulo à
actividade económica” no contexto europeu.
Depois
de sete horas de reunião, a conclusão é singela: a solução dos nossos
problemas é indissociável da Europa. É imprescindível uma união entre
consolidação das contas públicas, solidariedade e crescimento económico.
E é ainda essencial empreender-se um sério combate ao desemprego.
No que diz respeito às questões internas, nem uma palavra. Pelo menos a julgar pelo comunicado, embora alguns órgãos de comunicação social avancem outros assuntos - incluindo a queda do Governo - alegadamente bloqueados pelo Presidente.
Ora,
sendo certo que o nosso destino é indissociável do destino europeu,
também não é menos verdade que o rumo político interno é também
decisivo. Nesse aspecto particular, a capacidade/vontade de adoptar
outras políticas é invalidada por uma cegueira ideológica, que afecta
sobretudo o ministro das Finanças. Sobre esta matéria, sobre a crise na
coligação ou sobre as consequências de políticas que apenas promovem a
miséria, nem uma palavra.
O Presidente da República, num misto de pusilanimidade, inépcia e malícia, tudo fará para que o Governo se mantenha em funções.
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